Mas o ser humano é por natureza um ser criativo, consciente
de suas habilidades e capaz de refazer sua história, seus projetos e planejar a
vida mesmo com muitos anos já vividos. A ideologia dominante imposta aos seres
humanos pela educação, pelos valores culturais e pela determinação de papéis
sociais, não consegue abafar a capacidade de transformação do ser humano.
Assim, a aposentadoria pode se apresentar como um momento de
reconstrução de novos investimentos e de novas descobertas. Torna-se importante
o planejamento pré-aposentadoria, a conscientização do evento em si e
elaboração de projetos de aproveitamento pós-aposentadoria. Aproveitamento do
tempo livre, projetos criativos elaborados a partir da conscientização da
situação de sujeito socialmente construído, mas com capacidade de ser ativo e
alcançar a velhice bem-sucedida, sem depressão, sem solidão, sem sentimento de
inutilidade, engendrando novas práticas de vida para serem e sentirem
valorizados.
A escola também deve ter como missão pedagógica, formar
indivíduos preparados com novas habilidades, novas competências necessárias à
nova realidade. Pessoas capazes de criar, compreender o mundo em que vivem e
saber julgar e refletir, a ponto de saberem redefinir papéis e reconstruir
projetos de vida.
Seria então a aposentadoria um tempo de se transformar? Pode
ser que sim ou não. Vai depender do que se deseja fazer de si mesmo.
Todo mundo pode a partir da tomada de consciência de sua
história de vida construída socialmente, pode lançar mão de projetos de bem
viver. Algumas estratégias podem ser adotadas para romper essas amarras que
dificultam viver uma aposentadoria tranquila e transformadora. Todas elas
dependem da ação de cada um, algumas delas precisam ser negociadas pelas
entidades, instituições, associações de funcionários, sindicatos e órgãos de
administração de recursos humanos, pelos acordos coletivos de trabalho, pelos
centros de convivência e centros de atenção à saúde do idoso, entre outros.
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